Onde era mesmo?

sábado, 12 de dezembro de 2009

Cineminha Cult (Em construção).


Bem, neste findi de folga e resolvi fazer uma pequena maratona de cinema cult, porque não tem cabimento um marmanjo de 21 nunca ter assistido Laranja Mecânica, a trilogia do Poderoso Chefão, Apocalypse Now e outras cositas mas intelectuales. São nove filmes. Vou contando de que se tratam as obras(mesmo que eu desconfie que sou o único a não saber).

Os Philmes são:

O Poderoso Chefão: Em suma é a transição de poder de uma famiglia. Transição do pai gagá pro filho que descobre que o diabo mora dentro dele e que isso é muito legal. Vale cada minuto. Coppola tem timming pra narrar as coisas, pra desenvolver os personagens e não deixar 177 min de filme entediantes. Outra ressalva é pras atuações do Pacino(que só reconheci como Pacino quando tava de cara inchada no meio da história) e do Marlon Brando. Os dois são naturais ao ponto de prender os olhos da gente neles quando estão em cena. Foda.

O Poderoso Chefão II: A segunda parte do Powerful Big Boss tem duas frentes: a do estabelecimento do Mike como o Gooooooodfather e uma outra que conta a história de Vito Corleone, desde sua saída da Sicília até virar o fodão em NY. Tudo no filme é muito fluido, tudo muito natural, e isso é difícil ver em filmes hoje em dia, nessa modinha de "cinema enlatado". É muito bom também ver a consistência da história. Parece mesmo que é um mundo do qual se fala um pouco, e sobre o qual há o que falar. Não um queijo cheio de buracos, com encheção de linguiça. Mas dentre todas as características, técnicas ou não, o que mais me chama atenção n'O Poderoso é algo bem banal: a educação dos mafiosos. As situações são todas cheias de cavalheirismo, o que divide o crime contemporâneo do crime do início da era do crime organizado. Lembra um pouco o charme do recente(e do fantástico) Inimigos Públicos. Ah! E Robert de Niro como Don Vito Corleone é muito Horrorshow. Quem não videou tem que videar.

Laranja Mecânica: Conta a história de um hooligan de classe média, que é preso em uma brincadeirinha com os coleguinhas e passa por um tratamento experimental de reabilitação do governo. O negócio termina em merda, e no final, bem, no final a ironia e o cinismo que permeiam a história toda são ilustrados com maestria em uma só cena. Linda. A obra de Anthony Burgess(que eu nunca li) é fantástica pela transgressão. é sarcástica, divertida, inteligente. O inglês semi-analfabeto que os personagens falam e ainda dentro disso os termos próprios que os rapazes do grupo do Alex usam(uma mistura de russo com cockney rhyming) acabam evidenciando como a realidade deles é destacada da Realidade. E Kubrick passou tudo isso pro cinema de uma forma muito legal. Lá, plasticamente, é tudo muito psicodélico. Dos cenários à trilha(de gosto discutível) sonora clássica. É um philme brega. Deliciosamente brega.

Orgulho e Preconceito: Fala da história de amor entre um almofadinha mau-humorado e uma moça pobre de uma família de piriguetes doidas atrás de marido, que junto com a mãe proporcionam fortes momentos vergonha-alheia. O filme é um romance que deve ser visto. Ele prova que homem se amarra mesmo em mulher difícil, que dancinhas medievais são, de fato, a coisa mais ridícula da época e que o sorriso da Keyra Knightley(Elisabeth Bennet) é o mais bonito do meu fim de semana. Faltou, pra ficar tudo no esquema, a mãe da Elisabeth(a mocinha pobre) levar uma surra, ser atropelada por um cavalo, condenada à fogueira ou algo equivalente à chatice dela.

Capote: Capote viaja pra uma cidadezinha do Kansas pra cobrir o assassinato de uma família, mas descobre que a chacina vai dar muito mais caldo do que só uma matéria. Resolve fazer um livro. O philme é sobre o processo que tornou o cara o maior escritor americano da época. Vale a ressalva da atuação do Philip Seymour. O cara encarna o Capote lindamente sem cair na caricatura do homossexual, o que lhe rendeu o Oscar de melhor ator pelo personagem. Personagem que, obviamente, dá alma ao filme. Capote atrai as pessoas. Pela inteligência e pela própria estranheza. Se precisasse de uma palavra pra definir os 98min. da película, seria cinza. Na photographia, nos níveis de clímax, na própria(e principalmente) história e até na personalidade dos personagens. É tudo muito lento e beirando o enfadonho. Não é um philme ruim, pelo contrário. Mas é meio "diphícil". As tomadas panorâmicas nos cortes entre as cenas é uma ótima ilustração do todo do philme: inóspitas, desoladoras e frias.
ps: pra quem quiser ver o Capote de verdade, vai o link:
http://www.youtube.com/watch?v=Xe1cqDLkT38

Cidade dos Anjos: Um anjo decide que não quer ser mais anjo pra pegar uma bixinha. Chorei. É gay, mas eu chorei vendo Cidade dos Anjos. É uma história linda, tem uma construção bem legal, os personagens são carismáticos e valem as sacadas de posicionamento dos anjos no nosso mundo: as roupas, a predileção por lugares altos, a reunião na praia. Meio "pipoca", mas muito bom.

Boa noite, e Boa sorte: Um jornalista resolve declarar guerra a um senador chato pra cacete que acha que se sua esposa pinta as unhas de vermelho, você é comunista. Isso no começo da Guerra Fria. A fotografia do filme é maravilhosa(o preto e branco fica foda quando bem usado, sabe?) e vale como um filme-crítica, mas como diversão(não é isso que ele se propõe a ser) é, o termo é esse, chato mesmo.

O Poderoso Chefão III:
Apocalypse Now:



4 comentários:

  1. Vou aceitar como sugestão. Sou mais 1 que ainda não assistiu a todos eles!!

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  2. Comprei a trilogia do Poderoso chefao e Apocalypse Now. Depois te empresto!

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  3. Ser um frequentador assíduo do seu blog tá dando resultado!! o/
    Agradeço!!

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  4. Laranja Mecânnica é um filme que todo mundo da área de humanas assiste na faculdade, acho q a maioria... meu professor falou algo interessante: Alex significa sem lei, exatamente a postura do cidadão lá... o filme traz muitas questões a serem discutidas, enfim... =P

    Ah sim... amei a descrição de Orgulho e Preconceito, dei umas risadas aqui

    Valeu diogão!!! =D

    Emylle

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